14 de mar. de 2011

A força da internet

Fonte: Diário Catarinense. Data: 13/03/2011.
As catástrofes naturais não mudam – e, ao que parece, nem toda a tecnologia de última geração é capaz de contê-la. Mas a maneira como a informação circula mesmo em circunstâncias quase totalmente adversas, caso do terremoto seguido de tsunami no Japão, esta sofre mudanças a cada novo episódio do gênero.
Diante do colapso da telefonia, do fornecimento de energia e do sistema de transporte no Japão, as ferramentas sociais se encarregaram de difundir notícias e de prestar solidariedade.
Pelo Twitter, foi possível traçar um quadro da vida cotidiana no centro da tragédia. Brasileiros que vivem no Japão atualizaram em seus microblogs, minuto a minuto, as dificuldades diante do caos. Alguns, com boa conexão de internet, relatavam o exato momento de novos tremores em Yokohama, na região próxima a Tóquio.
– Mais outra sacudida em Yokohama. Droga, porque me assusto com isso ainda – escreveu um deles.
– Finalmente chego em casa. Demorei duas horas em um trajeto de carro que normalmente faço em 40 minutos – desabafou outra tuiteira.
Uma brasileira, em São Paulo, se comunicava via celular no Brasil, com a irmã, em Tóquio, pelo Twitter. Outros postavam fotos sobre o caos do trânsito. Havia quem, inclusive, criticasse o caráter mais ou menos exagerado das notícias que chegavam ao Brasil.
O objetivo central de quem está no ambiente da tragédia é deixar familiares tranquilos em seus respectivos países de origem. O gigante de buscas Google criou uma ferramenta (bit.ly/goojp11) que funciona como um quadro de mensagens e um diretório por meio do qual é possível procurar parentes e amigos e escrever notas para descobrir se eles estão a salvo.
Voluntários ajudaram na montagem do banco de dados do sistema, usado pela primeira vez no terremoto do Haiti, em janeiro de 2010. Além disso, o Google usou pela primeira vez um alerta noticioso em sua página inicial. Estampou na sexta-feira um alerta de tsunami para os países do Oceano Pacífico ameaçados pelo reflexo da onda gigante que atingiu o Japão. “Alerta de tsunami para Nova Zelândia, Filipinas, Indonésia, Papua Nova Guiné, Havaí e outros”, indicava a mensagem.
Mas nem tudo são flores no universo web. Nem bem foram noticiados o terremoto e a tsunami no Japão, e os criminosos digitais puseram mãos à obra. Já apareceram na internet sites com malware fingindo distribuir antivírus. Certos resultados de busca para expressões como “most recent earthquake in Japan” ou “terremoto mais recente no Japão” levam a tais páginas, informou a Trend Micro. A empresa recomenda buscar sites reconhecidos para ler sobre a tragédia.
Outro alerta da mesma empresa diz que o malware Zeus, um dos piores da praça, passou a atacar os sistemas do smartphone Blackberry. Ele se esconde dentro do sistema e é capaz de apagar mensagens SMS. Também pode bloquear números de telefone, chamadas e mensagens – e até mesmo desligar o aparelho.

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