27 de jun. de 2014

STJ aprova nova normas para a Lei de Acesso à informação


O Superior Tribunal de Justiça (STJ) publicou nesta terça-feira (24), no Diário da Justiça Eletrônico, uma nova regulamentação da Lei de Acesso à Informação (Lei 12.527/11) no âmbito do tribunal. A proposta de resolução foi elaborada pela Secretaria de Documentação, com a colaboração da Ouvidoria do STJ. O ministro Humberto Martins, ouvidor, foi o relator da proposta no Conselho de Administração. Segundo Martins, a nova regulamentação, mais completa e abrangente, identifica as melhores práticas institucionais da regulamentação da Lei de Acesso à Informação nos três poderes da República e em todas as esferas de governo, e traz mais clareza sobre sua aplicação no âmbito do STJ. A nova regulamentação substitui a Resolução 14, de 15 de junho de 2012, e aborda questões de extrema relevância, como a classificação das informações; o acesso e as restrições de acesso a documentos e informações; os recursos para os casos de negativa de acesso; os direitos e deveres referentes à transparência ativa e passiva. “O conteúdo do normativo foi aprovado pela assessoria jurídica da Secretaria do STJ, e a Assessoria de Modernização e Gestão Estratégica consolidou a resolução, observando a técnica legislativa e os padrões usuais do tribunal”,  ressaltou o relator. Analogia. Humberto Martins destacou que o direito de acesso à informação, o direito de acesso à Justiça e o direito a um serviço público eficiente estão inseridos no sistema normativo de proteção de direitos fundamentais estabelecido pela Constituição de 1988, e que a Lei de Acesso à Informação veio para consolidar a cultura da transparência e firmá-la como um valor institucional dos órgãos públicos. O ministro explicou ainda que o fato de a Lei 12.527 ter sido apenas parcialmente regulamentada pelo STJ na Resolução 14 tem gerado desconforto aos demandantes de informações e às unidades que atendem a essas demandas, as quais “muitas vezes têm buscado a aplicação por analogia da regulamentação do Poder Executivo federal para embasar as informações prestadas ou dirimir dúvidas quanto à operacionalização da lei”.

Fonte:

Discussões sobre direitos autorais


As negociações dos Direitos Autorais começam mais uma vez em Genebra, Suíça, na próxima semana na Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), onde um quadro internacional proposto a apoiar exceções ao direito autoral e limitações para bibliotecas e arquivos é susceptível de ser objeto de intensa discussão entre os Estados-Membros.

A 28 ª reunião do Comitê Permanente da OMPI sobre Direitos Autorais e Direitos Relacionados (SCCR), a partir de Segunda-feira 30 de junho, até sexta-feira 4 de julho retoma as discussões sobre direitos autorais exceções e limitações para bibliotecas e arquivos, bem como de educação e de outras deficiências, e proteções para as emissoras , após o colapso da última rodada de negociações, em abril de 2014, quando nas horas finais da última reunião, a União Europeia tentou bloquear qualquer progresso de discussões sobre bibliotecas e arquivos na OMPI, para grande frustração e desânimo de bibliotecas e arquivos, bem como outros Estados-Membros 

As tentativas da UE para minar o mandato da SCCR os deixou isolados de outras posições dos Estados-Membros, e, finalmente, resultou em um fracasso em chegar a conclusões para a reunião. Desde então, mais de 100 organizações de bibliotecas de toda a União Europeia e internacionais assinaram uma carta pedindo que a UE participe construtivamente das discussões na OMPI.

A Federação Internacional de Associações de Bibliotecas e Instituições (IFLA) será acompanhado na 28 ª sessão da SCCR por organizações de bibliotecas e arquivos de todo o mundo, incluindo o Electronic Information for Libraries (eIFL), a Sociedade Americana de Arquivistas (AEA), European Bureau of Library Associations Informação e Documentação (EBLIDA), Associazione Italiana Biblioteche (AIB), Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários Cientistas da Informação e Instituições (FEBAB), Conselho Escocês de Arquivos (SCA), Instituto Chartered de Documentação e Informação Profissionais (CILIP ), Conselho Internacional de Arquivos (ICA), Fundação Karisma (Colômbia) ea Associação Canadense de bibliotecas (CLA). 

Além de suas intervenções durante plenária,  a IFLA estará hospedando um evento paralelo na hora do almoço na segunda-feira 30 de Junho 01:00 na Sala B do edifício da OMPI, intitulado "Mantendo copyright relevante no ambiente digital: bibliotecas, arquivos e licenças". Você pode acompanhar as discussões no twitter usando a hashtag # sccr28, e em sintonia com a transmissão ao vivo em: http://www.wipo.int/webcasting/en/

Para saber mais sobre a história das negociações SCCR a IFLA está advogando em defesa de um padrão internacional para exceções ao direito autoral e limitações para bibliotecas e arquivos, veja: http://www.ifla.org/node/8229

(tradução livre)

 

Cordial abraço

Sigrid Karin Weiss Dutra

Presidente FEBAB

Presidente Seção IFLA/LAC

22 de jun. de 2014

Nota de falecimento: Edson Nery da Fonseca

Morre, em Olinda, aos 92 anos, Edson Nery da Fonseca. Pernambucano foi vítima de complicações causadas por infecções. Ele fundou cursos de biblioteconomia na UFPE, em 1950, e UnB, em 1965.
Fonte: Portal G1. Data: 22/06/2014.
URL: http://g1.globo.com/pernambuco/noticia/2014/06/morre-em-olinda-aos-92-anos-edson-nery-da-fonseca.html
O bibliotecário, professor e escritor pernambucano Edson Nery da Fonseca faleceu neste domingo (22), em sua casa, em Olinda, vítima de complicações causadas por infecções urinária e pulmonar. O escritor estava acamado havia muito tempo e recebia atendimento médico domiciliar. O quadro se agravou nos últimos dias.
A morte aconteceu por volta das 7h30 e o velório está sendo realizado na casa do escritor, na Rua de São Bento, no Sítio Histórico de Olinda, e vai se estender durante toda a madrugada. Na segunda-feira (23), está prevista uma missa de corpo presente no Mosteiro de São Bento, também em Olinda. O sepultamento será no Cemitério dos Ingleses, no Recife, às 10h da segunda. A família do escritor está enterrada no local.
Lúcido até o fim
No velório, amigos e parentes prestam as últimas homenagens ao bibliotecário. A pedogoga Lucinha Maria, sobrinha de Edson, cuidou do tio nos últimos três anos. Ela contou que desde o domingo o quadro de saúde vinha se agravando, mas Edson Nery pediu para não ser encaminhado para fazer hemodiálise ou ser internado na Unidade de Terapia Intensiva.
"Até os seus últimos dias, meu tio estava lúcido, conversava, apesar da idade. Domingo, ele deixou de urinar, ficou fraco, e um médico veio até a casa. Mas ele disse que queria ficar em casa, não queria ser entubado", contou. Edson Nery deixou um documento com Lucinha dando orientações sobre seu funeral, entre elas a ausência de flores, vestir a túnica do Mosteiro de São Bento e ser enterrado no túmulo da sua avó, no Cemitério dos Ingleses, no Centro do Recife.
"Meu tio era uma pessoa de opinião, criando até inimizades por conta disso. Sempre admirei ele por isso, pela inteligência, pela memória. Era um homem muito bom. A gente já estava esperando pelo falecimento, ele estava muito fraco nos últimos dias. Mas vai deixar muita saudade", comentou Lucinha.
Edson Nery publicou cerca de 20 livros, alguns com a ajuda do historiador e pesquisador Clênio Sierra de Alcântara, que o acompanhou nos últimos anos. Ele recebeu da editora, na quarta-feira, a versão final de "A cidade e a história", livro escrito em homenagem a Edson Nery da Fonseca. A obra não chegou a ser compartilhada com o bibliotecário. "Era muito bom conversar com ele, que tinha uma memória, sabia contar as histórias do passado. Era um grande homem", disse.
Professor universitário e especialista em Gilberto Freyre
Nascido no Recife em 1921, Edson Nery da Fonseca foi bibliotecário no governo municipal, nos anos 1940, sendo convidado, em 1950, pelo reitor da então Universidade do Recife (futura Universidade Federal de Pernambuco - UFPE), professor Joaquim Amazonas, para fundar o curso de biblioteconomia
Em 1965, inaugurou a mesma graduação na Universidade de Brasília (UnB), junto com Darcy Ribeiro. De 1980 a 1987, atuou como pesquisador na Fundação Joaquim Nabuco. Em 1991, se aposentou da UnB, da qual era professor emérito. Em 2011, recebeu da UFPE o título de doutor honoris causa.
Considerado o maior especialista na obra do sociólogo Gilberto Freyre, Edson Nery da Fonseca organizou e publicou diversas obras sobre ele. Uma delas foi “O Grande Sedutor - Escritos sobre Gilberto Freyre de 1945 até hoje”, lançada durante a edição 2011 da Fliporto.

O livro reúne 135 textos de Edson Nery da Fonseca sobre Gilberto Freyre escritos entre 1945 e 2010. O autor sempre recusou o rótulo de curador de Freyre, deixando essa função para a Fundação dirigida pela filha do sociólogo. Depois que Gilberto Freyre morreu, Nery publicou quatro livros dele, um deles atendendo ao pedido do próprio autor: "Palavras repatriadas" reúne textos/conferências escritos/proferidas em inglês e vertidas por diferentes tradutores para o português.


17 de jun. de 2014

Papel supera telas em compreensão de textos

Autor: Demétrio Rocha Pereira.
Fonte: Zero Hora (Porto Alegre, RS). Data: 17/06/2014.
Machado no papel e Machado no tablet não são o mesmo Machado. O de tinta se imprime na lembrança; o de pixel passa ao largo da memória e, entre a publicidade, as abas e os links, some como fantasma entre fantasmas.
Não que ler nas telas eletrônicas seja sempre uma tragédia. É que cresce a turma de cientistas avisando que o cérebro prefere guardar texto folheado, tocado, cheirado. A tela que imita papel e tinta, vantagem de leitores de e-books como o Kindle, já evoluiu a ponto de ombrear o material impresso em testes de velocidade e precisão de leitura, mas ainda come poeira nos quesitos compreensão e memória.
Em 2002, pesquisadores das universidades britânicas de Plymouth e Bristol sugeriam que lembramos melhor daquilo que lemos em papel. Dois anos depois, psicólogos das universidades suecas de Karlstad e Gothenburg emendaram: monitores eletrônicos são lanternas de estresse, e rolar páginas virtuais distrai mais do que virar páginas reais. Ainda em 2004, um estudo da universidade francesa de Bretagne-Sud apontava que o e-book "dificulta a recordação de informação assimilada", enquanto o papel "tende a facilitá-la". Haveria uma "relação crítica" entre o manejo do objeto e o processamento mental do texto.
Essas observações foram decerto antecipadas pela sabedoria popular, sendo pouca a gente que, em literatura, favorece o computador. O problema é que, como o cérebro se molda às tarefas que mais executa, a nossa capacidade de sacar passagens longas e complexas pode estar sofrendo com o alto consumo de "leitura fastfood" nos badulaques digitais.
A neurocientista e escritora britânica Susan Greenfield cunhou o termo "mudanças mentais", segundo ela tão importante quanto o correlato climático, para descrever a transformação do cérebro treinado para a internet. Essas mudanças, no que afetam a nossa relação com a palavra, vêm sendo rastreadas por pesquisadores como Maryanne Wolf, professora da universidade americana de Tufts e autora de Proust e a Lula: História e Ciência do Cérebro Leitor.
Em seu trabalho "arqueoneurológico", Wolf diz que não há gene ou parte do cérebro que se devotem especificamente ao ato de ler. Em vez disso, a atividade teria sido lapidada aos poucos na estrutura do órgão, em um processo de aprendizagem que, rascunhado nas argilas dos sumérios e nas paredes dos egípcios, estaria agora garranchado pela internet. Não sem alguma ironia, o livro de Wolf achou sucesso, e departamentos de Inglês passaram a procurá-la, apavorados com a dificuldade de alunos em compreender obras clássicas.
Tanto Wolf quanto Nicholas Carr, autor do best-seller Geração Superficial, consideram que os debates atuais ratificam a filosofia de Marshall McLuhan, famoso por declamar, ainda nos anos 1960, que "o meio é a mensagem". A própria tecnologia, versa McLuhan, é portadora de ideologia, e Carr argumenta que na internet passeia uma ética industrial: rápida, eficiente, otimizadora da produção e do consumo, adversária da contemplação.
- Os fornecedores de conteúdo sabem disso e produzem de acordo. Acrescente a isso a entrega de material digital em uma plataforma multitarefas sempre em atualização, e o resultado é uma série de ações breves de reação a mensagens e textos curtos que quebram a progressão normal da leitura em profundidade - afirma Andrew Dillon, da Universidade do Texas.
Separando 72 estudantes do primário em dois grupos, Anne Mangen, da universidade norueguesa de Stavanger, pôde observar que narrativas lineares ganhavam leituras mais pobres quando digitalizadas em PDF. Entre as possíveis causas estaria a "fisicalidade" do papel, contra a excitação meramente visual dos monitores.
Mangen diz que é cedo para restringir as diferenças a aspectos táteis, já que a experiência com a palavra depende também de "subdimensões" como a diagramação da página, o tipo de texto, o propósito e o local de leitura. Ainda assim, ao entrevistar leitores, ela ouviu muito aplauso ao manuseio do objeto, como o "prazer de ter um livro em mãos" e a "possibilidade de fazer anotações na margem".
- Além disso, já está relativamente aceito que não somos muito bons em executar várias tarefas ao mesmo tempo. Isso vem a um custo não apenas cognitivo, como a perda da habilidade de manter o foco por longos períodos, mas também em diversos outros níveis - afirma a professora, mencionando a preocupação da comunidade científica com a formação de crianças mais acostumadas a telas virtuais do que ao toque físico.
NOVOS CAMINHOS
Depois de conduzir estudo sobre a aprendizagem com audiobooks, a professora Vera Wannmacher Pereira, da Faculdade de Letras da PUCRS, agora fará parte de um grupo que vai comparar o processamento cognitivo de textos eletrônicos em relação aos impressos. A pesquisadora ressalta que o processamento da leitura se modifica não apenas em função do suporte, dependendo ainda do objetivo do leitor, do seu conhecimento prévio e do tipo de texto. No caso da palavra falada, por exemplo, o "leitor" adota artimanhas diferentes.
- Mesmo com o livro virtual, é possível rolar a barra, pular, ir adiante e voltar. O audiobook é muito mais sutil. O leitor sabe que não haverá repetição, então dá preferência a uma estratégia de compreensão detalhada. Como o processamento é diferente, e como a leitura é mais minuciosa, observamos resultados melhores de compreensão e de aprendizagem no audiobook - diz Vera.
A professora afasta a tese de que os jovens hoje se desarranjam diante de obras clássicas, apontando que "a socialização do conhecimento é complexa, demorada e mexe com convicções".
- Hoje temos um mundo do movimento, da cor. Isso modifica tudo, e não significa que algo vá tombar. O que vai ocorrer, provavelmente, é uma acomodação de todos os suportes. O e-mail trouxe uma transformação social muito grande, e não adianta se apavorar porque antes se escrevia uma carta com zelo e, hoje, a mensagem vem abreviada e rápida. Temos que saber nos ajustar, construir novos caminhos para este mundo, e não para o mundo que já foi - sustenta.
Vera também alerta que o maior acesso à educação apresenta desafios para a avaliação da aprendizagem:
- Poucos iam à escola na minha geração, e é claro que esse grupo, tão selecionado em testes para entrar no primeiro ano, no ginásio, no Ensino Médio, acabaria lendo e escrevendo bem. Hoje temos quase todas as crianças nas escolas, com condições, buscas, situações econômicas muito diferentes. Vivemos no mundo da heterogeneidade. Antes, os processos seletivos davam uma aparência de homogeneidade - completa.
A REDE NÃO É RASA
Decano da Escola de Informação da Universidade do Texas, Andrew Dillon repara que os avanços tecnológicos disparam muitos outros alertas vermelhos, para além da nossa relação com a palavra escrita. Grita-se, por exemplo, que os serviços de nuvem e busca vão detonar a memória humana como se fosse aplicativo dispensável para a espécie. Dillon concorda que devemos segurar firme a habilidade de apreciar os benefícios de textos longos, mas diz que não vale gastar muito tempo pensando em um "iminente colapso da cultura":
- Olha, a tecnologia vai sempre nos arruinar, então por que a web seria diferente?
Porque, para trincheira mais otimista, a internet foge do dilema do copo meio cheio ou meio vazio. A manobra é surfar na onda braba da rede e desaguar, vez que outra, em água parada.
- O autor de Geração Superficial diz que não pensamos mais. Mas eu não preciso mais lembrar do teu telefone, uso a cabeça para outras coisas. Isso passa pelo estímulo ao aprendizado. A gurizada chega à sala de aula muito estimulada pela internet, a TV, o rádio. É questão de ajustar o foco, conseguir provocar o aluno a entrar no ritmo de um livro. Conseguir equilibrar é uma parte do problema - afirma André Pase, da Faculdade de Comunicação Social (Famecos) da PUCRS.
O professor lembra que tivemos de aprender a lidar com o surgimento das redes sociais e, mais recentemente, do Twitter, ferramentas que apresentaram um jeito novo de tratar a informação.
- Quando falamos em "o meio é a mensagem", precisamos saber, no caso da internet, que falamos de um meio superadaptável, com muitas lógicas e formas de comunicação. A natureza da internet está em constante mutação, e isso bagunça um pouco a nossa percepção - afirma Pase.
O pesquisador avalia que as telas eletrônicas tendem a escantear o papel à condição de ingrediente de encadernações especiais, com forte apelo gráfico, defendendo que a herança de lentidão da era Gutenberg não precisa vir abaixo com a predominância dos monitores.
- Vivemos em um tempo muito fracionado. Hoje se joga Angry Birds na sala de espera do consultório médico, mas antes havia revistas, já estávamos bombardeados de informação. O que acontece agora é que começamos a trazer isso para a rotina, e passa a ser necessário refletir sobre o que lemos. Chega um momento em que o usuário das redes sociais já nem acompanha o que faz, então é preciso dar uma freada, fazer o exercício de buscar outros materiais - pondera.
Colega de Pase na Famecos, o professor Eduardo Pellanda também vai na contramão do alarmismo, enxergando no acesso a um espectro maior e mais diverso de informação o potencial de aperfeiçoar o conhecimento.
- Olhando somente a leitura fragmentada, aparentemente dá a impressão de que estamos nos aprofundando menos. Mas a minha questão é entender o que fazíamos com este tempo antes? Me parece que não consumíamos informação. É preciso aprofundar mais para saber se estamos fragmentados ou presenciando uma nova forma de cognição - afirma Pellanda.
À apropriação de McLuhan que veste traje apocalíptico na internet, Pellanda opõe que "não podemos pensar de maneira determinista sobre o meio".
- Não se pode levar ao pé da letra a frase do McLuhan. O meio influencia a mensagem, que entra em um ambiente de novas apropriações. O contexto de um vídeo no YouTube é diferente deste mesmo vídeo na TV. A internet não tem uma mensagem. Ela é múltipla, é um ambiente. Ela é e não é meio de comunicação. A rede assume mais a forma da mensagem e do sistema de comunicação, diferente dos meios originais nos quais McLuhan se espelhou para cunhar a frase - diz o professor.
Porque insistimos em "pensar o papel na tela", Pellanda avalia que os monitores ainda não desdobraram as melhores interfaces para receber o texto "vivo e mutável" do ambiente eletrônico. Mas a letra pixelada, ele avisa, veio para tomar conta.

- O papel tem a tangibilidade e a cultura milenar por trás dele. Não podemos ignorar que isso é um valor simbólico importante. Mas, do ponto de vista técnico, não há mais por que um texto estar no papel. Salvo pela expressão artística, não há como pensar em todo o ciclo industrial que significa a impressão nos dias de hoje - conclui.

16 de jun. de 2014

Projeto de lei define o conceito de livro eletrônico

Está caminhando o Projeto de Lei 4.534 cujo objetivo é atualizar a Lei 10.753 de 2003, conhecida como Lei do Livro.  Depois do requerimento apresentado na última terça-feira (10) pelo deputado Darcísio Perondi (PMDB – RS) solicitando que o projeto passasse para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), mesmo sem o parecer final da Comissão de Cultura (CCult), a relatora do projeto na CCult, a deputada Fátima Bezerra (PT-RN) agilizou e apresentou as suas observações a respeito do projeto que quer, entre outras coisas, equiparar e-books e e-readers aos livros.
No relatório, a deputada defende a pertinência do Projeto de Lei e aponta “a importância de se conceder ao texto digital o mesmo tratamento assegurado ao texto impresso” e conclui: “o meio como o conteúdo se apresenta é irrelevante, na medida em que têm idêntica função o livro impresso em papel e o livro em formato digital”. No entanto, a relatora refuta a inclusão de e-readers no conceito de livro. “Considerar que sejam livros os equipamentos com função exclusiva ou primordial de leitura nos parece um equívoco por princípio – o aparelho não é o conteúdo”, diz o relatório.

Mais detalhes sobre o projeto de lei no URL:

Biblioteca Digital da Câmara dos Deputados

Agora já é possível ter acesso rápido, pela internet, a diversas obras raras do acervo da Biblioteca da Câmara dos Deputados. A Coordenação de Biblioteca (Cobib) e a Coordenação de Preservação de Conteúdos Informacionais (Cobec) estão digitalizando publicações como a "Nova Lusitania", escrita por Francisco de Brito Freire em 1675, e os 12 volumes do "Sermoens" (1679), de Padre Antonio Vieira. Até o final de fevereiro, 52 obras já haviam sido incluídas na Biblioteca Digital.
O projeto prevê a digitalização de cerca de 200 obras raras e a respectiva disponibilização, na íntegra, na Biblioteca Digital da Câmara. Entre os principais objetivos da iniciativa, está a ampliação do acesso ao acervo e à informação, bem como a divulgação e a preservação das obras, visto que não haverá necessidade de manusear os originais.
Para a gerente do projeto, Maria Cristina Silvestre, "é fundamental proceder à digitalização de parte do notável repertório de obras raras sob a tutela da Câmara dos Deputados, tendo em vista princípios como a tendência à digitalização de acervos de obras raras e especiais; a necessidade de preservar o patrimônio bibliográfico raro custodiado por bibliotecas sem, contudo, limitar sua consulta; a função inerente às bibliotecas de organizar, preservar e permitir acesso às obras raras; a necessidade imperativa de universalizar o acesso à informação; e a necessidade de disseminar a informação".

O projeto foi iniciado em maio de 2013, após discussões preliminares para definir os critérios e os procedimentos que seriam utilizados no desenvolvimento do trabalho. Maria Cristina observa que muitas variáveis tiveram de ser observadas, como os critérios para a seleção dos volumes, a legislação sobre direitos autorais e requisitos técnicos.
A conclusão do projeto está prevista para dezembro deste ano. No entanto, Maria Cristina destaca que, dentro do possível, outros acordos de serviço poderão ser firmados para a digitalização de uma quantidade maior de obras raras. "Torna-se conveniente e oportuno, tendo em vista o interesse que despertam, permitir que interessados ao redor do mundo possam 'folhear' as obras. Não pretendemos parar. O limite são as cerca de 4.600 obras que compõem nosso acervo", afirma.
Cuidados especiais
Por se tratar de obras raras, o processo de digitalização é mais lento e criterioso que o normal. A preocupação com a preservação da obra é constante. De acordo com o diretor da Cobec, Francisco de Jesus, todas as obras passam por uma avaliação preliminar. "Um restaurador verifica se o livro pode passar pelo processo de digitalização sem que haja danos. Em caso positivo, o restaurador orienta os operadores sobre como devem manusear a obra durante a digitalização. Esse processo é feito livro por livro, isoladamente", explica. 
O operador Roberto Gonçalves Júnior, um dos responsáveis pelo desenvolvimento do projeto, destaca que são utilizados escâneres planetários, específicos para esse tipo de publicação, que minimizam a necessidade de manuseio da obra, além de compensar a diferença nas lombadas, sem precisar prensar o livro para que seja escaneado.
Treinamentos foram realizados para garantir que a obra digitalizada fique o mais semelhante possível à obra original.

Detalhes no URL da Biblioteca Digital da Câmara dos Deputados: http://bd.camara.gov.br/bd/handle/bdcamara/5

Deficientes visuais utilizam acervo da biblioteca



Fonte: Panorama (RS). Data: 14/06/2014.
URL: www.jornalpanorama.com.br/site/ler.php?idnoticia=9202&url=grupo_de_deficientes_visuais_utiliza_novo_acervo_da_biblioteca_pblica
Espaço cultural de Taquara recebeu livros em Braille.
O acervo em Braille recebido pela Biblioteca Pública Municipal Rodolpho Dietschi, na semana passada, começa a mostrar seus resultados. Um grupo de deficientes visuais acompanhado do professor Leandro Pacheco, esteve na biblioteca para usufruir dos exemplares doados pelo Centro Cultural CEEE Érico Veríssimo, de Porto Alegre. Algumas obras do poeta Mário Quintana fo­ram manuseadas pelo grupo.
De acordo com Pacheco, está em discussão projeto de implementação de estudos para portadores de necessidade especial visual, com o objetivo de abrir espaço para que estas pes­soas possam usufruir dos livros recebidos. “Faz parte de nosso projeto também a implantação do sistema de voz nos computadores da biblioteca, para que, desta forma, os deficientes visuais possam se integrar ao mundo virtual, como as redes sociais, por exemplo,” comentou.

10 de jun. de 2014

Evento: Competência em informação

III Seminário de Competência em Informação: cenários e tendências
Tema Central: “Competência em Informação e Redes de Conhecimento Colaborativo”
Promoção: Unesp e UnB
Local: Anfiteatro I - Unesp – Câmpus de Marília
Data: 02 e 03 de setembro de 2014
Horário: 08h30 às 18h00
Programa Preliminar - Dia 2 de setembro de 2014 (Terça-Feira)
08h00 – 08h30 - Entrega de Material
08h30 – 09h00 – Abertura
09h00 – 10h00 - Conferência de Abertura: “Avanços e Perspectivas da Competência em Informação na América Latina” - Conferencista: Alejandro Uribe Tirado – Universidad de Antioquia – Colômbia
10h15 – 10h45 - Palestra: “Acceso a la información para la Ciudadanía” - Palestrante: Aurora Cuevas Cerveró – Universidad Complutense de Madrid – Espanha
10h45 – 11h15 - Palestra: “Redes semánticas de conocimiento: ¿son necesarias las competencias en información?” - Palestrante: Miguel Ángel Marzal García – Universidad Carlos III de Madrid – Espanha
11h15 – 12h00 - Mesa de Debates (conferencistas, palestrantes, especialistas convidados e público participante)
14h00 – 15h30 - Apresentação de Trabalhos Orais e Pôsteres
15h45 – 17h00 - Apresentação de Trabalhos Orais e Pôsteres
17h00 – 17h30 - Conferência de Encerramento: “Competências Essenciais para Atuar com a Gestão da Informação, Gestão do Conhecimento e Inteligência Organizacional” - Conferencista: Anays Más Basnuevo – IDICT e Universidad de La Habana – Cuba (confirmada)
17h30 – 18h00 - Encerramento com Relato dos Observadores Externos

Programa Preliminar - Dia 3 de setembro de 2014 (Quarta-Feira)
08h30 – 09h00 - Entrega de Material – Divisão dos Grupos de Trabalho
09h00 – 09h15 - Abertura Oficial do Seminário para os Grupos de Trabalho
09h15 – 9h45 - Apresentação da metodologia de trabalho pela Coordenação Geral
10h00 – 12h00 - Reunião dos GTs
14h00 – 16h00 - Reunião dos GTs
16h15 – 17h00 - Socialização dos resultados e das recomendações dos GTs
17h00 – 18h00 - Encerramento do evento com a apresentação do Relato dos Observadores Externos e do Relator Geral


Webconferência: biblioteca pública

Dia 10 de junho, das 15h às 16h.
Gratuita
Conferência realizada pelo Prof. Dr. Oswaldo Francisco de Almeida Junior
Faça sua matrícula gratuita pelo endereço: http://www.contentmind.com.br/cursos-webconferencia/
Ou acesse o endereço uns 10 minutos antes.

Qualquer dúvida, contatar Suely - content@contentmind.com.br

Evento: Livro digital

5º Congresso Internacional CBL do Livro Digital
A 23ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo é um dos maiores acontecimentos do livro na América Latina e reúne as principais editoras, livrarias e distribuidoras do Brasil.
Comprometido com o incentivo à leitura, com o acesso aos bens culturais e ao lazer, o SESC-SP aceitou o convite para compor a programação cultural do evento. A CBL aproximou o SESC-SP das editoras que participarão da Bienal, para que haja uma total sintonia com as novidades do mercado editorial brasileiro. Uma extensa programação de eventos preparados pela CBL e pelo SESC-SP, está sendo programada para os seguintes espaços:
O Salão de Ideias contemplará discussões atuais e de amplo interesse, a partir das seguintes frentes: políticas culturais voltadas ao livro e à leitura, educação, tecnologias aplicadas à educação, leitura e aprendizagem, mercado editorial, cultura e literatura brasileiras, política, desenvolvimento econômico e social, artes e cultura. O Espaço Imaginário abrigará área destinada a exposição, atividades lúdicas, oficinas, contação de histórias, interação com conteúdos digitais, entre outras atividades. Com foco no público em idade escolar, as atividades serão especialmente preparadas para tratar de temas como leitura, tecnologia e educação.  O Anfiteatro realizará programação composta por atividades das áreas de música, teatro, cinema, entre outras linguagens artísticas, contemplando diferentes faixas etárias, levando à Bienal a diversidade da ação programática realizada pelo Sesc-SP. Quatro unidades de bibliotecas volantes do programa BiblioSesc irão compor espaços com empréstimo de livros para consulta local, realização de atividades ligadas ao livro e à leitura e conversas com educadores. A Escola do Livro oferecerá um calendário de cursos para os profissionais que desenvolvem suas atividades no setor do livro – editores, livreiros, distribuidores, além de abordar temas como livro digital, novas tecnologias de conteúdo e formação de professores e bibliotecários, que são os principais mediadores de leitura.  Também haverá um encontro de blogueiros culturais. Cozinhando com Palavras, com a curadoria do chef André Boccato, é um espaço dedicado ao setor de livros de gastronomia, onde são desenvolvidas programações que unem comida, literatura e cultura. Trata-se de uma verdadeira gourmet experience, estilo sarau, que já foi realizada, com sucesso, nas duas últimas edições da Bienal Internacional do Livro de São Paulo (2010 e 2012), e na Feira do Livro de Frankfurt em 2013.  A Arena Cultural receberá os escritores best-sellers nacionais e internacionais.
Serviço:
23ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo
22 a 31 de agosto de 2014
Pavilhão de Exposições do Anhembi
Av. Olavo Fontoura, 1.209 - Santana
02012-021 São Paulo – SP

Detalhes no URL: www.bienaldolivrosp.com.br

Livro encadernado com pele humana

Fonte: Estado de Minas. Data: 6/06/2014.
URL: divirta-se.uai.com.br/app/noticia/arte-e-livros/2014/06/06/noticia_arte_e_livros,155836/livro-encadernado-com-pele-humana-descoberto-na-biblioteca-de-harvard.shtml
Pesquisadores da universidade de Harvard (Cambridge, Massachusetts, noroeste dos Estados Unidos) anunciaram a surpreendente descoberta de um livro francês do século XIX conservado na biblioteca Houghton da prestigiosa universidade: está encadernado com pele humana.
“Provas revelaram que a cópia de ‘Des destinées de l’ame’ (Destinos da alma) de Arsène Houssaye tem, sem dúvida, uma encadernação de pele humana”, informou a biblioteca em artigo publicado em seu blog, assinado pela curadora assistente em livros modernos e manuscritos, Heather Cole.
“Pesquisadores e curadores de Harvard analisaram a encadernação utilizando vários métodos diferentes. Segundo o curador de livros raros Alan Puglia, as provas demonstram com 99% de certeza que a encadernação é de origem humana”, diz o texto. A descoberta não é nada mais do que uma confirmação, já que o próprio Houssaye (1815-1896) deixou uma nota manuscrita no interior do livro em que explicava que a obra estava encapada com “pele humana apergaminhada”.
“Um livro sobre a alma humana merecia ter uma vestimenta humana”, justificou o escritor francês, autor de vários romances, poesia e obras de crítica de arte. Segundo Cole, Houssaye ofereceu “Destinos da alma” ao amigo Ludovic Bouland, que o encadernou “com pele do cadáver não reclamado de uma doente mental que morreu de um ataque”.

As amostras examinadas pelo especialista de Harvard foram retiradas de várias partes da capa, lombada e contracapa do livro e analisadas mediante a técnica de rastro peptídico (PMF, na sigla em inglês), que coincidiu com a referência humana e permitiu eliminar a possibilidade de que se tratasse de outros materiais de encadernação, como a pele de ovelha, cabra ou gado. A Biblioteca Houghton é a principal de Harvard para livros raros e manuscritos.

9 de jun. de 2014

Evento: Pesquisa em Ciência da Informação



III WPCI: Workshop de Pesquisa em Ciência da Informação
Data: 13 a 15 de  Agosto

Tema: Abordagens contemporâneas na Ciência da Informação

Público alvo: graduandos de Arquivologia e Biblioteconomia
Realização: Departamento de Ciência da Informação
Local: Universidade Estadual de Londrina

Datas Importantes:
Submissão de trabalhos: 30 /05 a 30/06
Avaliação dos trabalhos: 01/07 a 15/07
Divulgação dos trabalhos: 22/07 a 01/08
Entrega final dos trabalhos: 23/07 a 01/08

Contato: wpci@uel.br

Página do Grupo: http://www.grupos.com.br/grupos/abecin