29 de dez. de 2015

Novo número: Ponto de acesso

A revista PontodeAcesso acaba de publicar seu último número [v. 9, n. 3, 2015]: em: http://www.portalseer.ufba.br/index.php/revistaici.
Sumário
Editorial
Lídia Maria Batista Brandão Toutain.
Artigos
SERÃO AS POLÍTICAS INSTITUCIONAIS MANDATÓRIAS, ASSIM TÃO MANDATÓRIAS? QUAL O GRAU DE CUMPRIMENTO? O CASO DA BIBLIOTECA DIGITAL DO IPB (3-17). Clarisse do Céu Pais, Paula Odete Fernandes, Jose António Sequeira Capela France.
REPOSITÓRIO INSTITUCIONAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA: FERRAMENTA DE VISIBILIDADE PARA OS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO (18-34). Susane Barros, Flávia Rosa, Rodrigo França Meirelles.
O AUTOARQUIVAMENTO NOS REPOSITÓRIOS INSTITUCIONAIS BRASILEIROS: UM ESTUDO EXPLORATÓRIO (35-47). Viviane Veiga, Luís Guilherme Macena.
RECURSOS DE INFORMAÇÃO NUMA IES: O REPOSITÓRIO INSTITUCIONAL (48-73). Maria João Amante, Teresa Segurado, Bruno Marçal, Susana Lopes.
GESTÃO DE DADOS DE INVESTIGAÇÃO NO DOMÍNIO DA OCEANOGRAFIA BIOLÓGICA: CRIAÇÃO E AVALIAÇÃO DE UM PERFIL DE APLICAÇÃO BASEADO EM ONTOLOGIA. (74-102). Rúbia Tatiana Gattelli, Maria Cristina de Carvalho Alves Ribeiro.
METADADOS E REPOSITÓRIOS INSTITUCIONAIS: UMA RELAÇÃO INDISSOCIÁVEL PARA A QUALIDADE DA RECUPERAÇÃO E ISIBILIDADE DA INFORMAÇÃO (103-116). Caterina Groposo Pavão, Janise Borges da Costa, Manuela Klanovicz Ferreira, Zaida Horowitz.
COLETA DE DADOS A PARTIR DOS CURRÍCULOS DA PLATAFORMA LATTES: PROCEDIMENTOS UTILIZADOS NO REPOSITÓRIO INSTITUCIONAL UNESP (117-132). Silvana Aparecida Gregorio Borsetti.
O DIREITO DE AUTOR NO MOVIMENTO DE ACESSO LIVRE E ABERTO, UM ESTUDO SOB A ÓTICA DAS EDITORAS CIENTÍFICAS (133-148). Fabrícia Pires Pimenta.

ACESSO ABERTO: UMA NOVA POSSIBILIDADE DE MONITORAR E AVALIAR O FLUXO E O IMPACTO DA CIÊNCIA (149-163). Paula Xavier dos Santos, Nísia Trindade Lima.

Projeto envia literatura a custo zero para aplicativo Whatsapp

Autoria: Lucas Jardim.
Fonte: A Crítica. Data: 27/12/2015.
Quando foi a última vez que você leu um livro? Caso você não se lembre, é provável que faça muito tempo e você não está sozinho nessa.
Uma pesquisa feita pela Federação do Comércio do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ) este ano deu conta de que sete entre dez brasileiros não leram um livro sequer em 2014 e os que leram, o fizeram menos do que em anos anteriores.
Um dos vários fatores apontados pela pesquisa que pode ter levado a esse resultado é a crescente facilidade no uso da internet, popularizada como nunca antes através dos smartphones.
INTEGRAÇÃO
Em vez de vê-los como inimigos, funcionários de uma agência de publicidade decidiram integrar o smartphone no padrão de leitura das pessoas.
Essa é a ideia por trás do “Leitura de Bolso”, projeto idealizado e apoiado pela agência Isobar. Criado em novembro, ele já possui mais de 10.500 inscritos.
“Nós ficamos impressionados com o número de brasileiros que não leu nenhum livro em 2014 e 2015. Tentamos entender porque isso acontece e como poderíamos mudar essa situação. Para estimular a leitura, mesmo que ela comece apenas com 5 minutos diários, resolvemos unir a tecnologia com a cultura. Nosso sonho é que esses novos leitores aumentem para 10, 20, 30 minutos de leitura por dia”, disse Mateus Braga, diretor executivo de criação da agência em Brasília, que enfatizou que a resposta dos inscritos tem sido muito positiva.
LEITURA RÁPIDA
Para estimular essa leitura rápida, o “Leitura” investe em textos curtos que são mandados para o telefone da pessoa através do serviço de mensagens instantâneas Whatsapp a custo zero.
Uma vez cadastrado, o usuário recebe textos diários, que chegam cedo pela manhã para atender quem desejar ter acesso à literatura no caminho para o trabalho.
Mateus explica o mote é que a iniciativa promova a leitura ao mesmo tempo em que permite a exposição de novos talentos, uma vez que o projeto não envolve custo para os escritores, nem para os usuários e nem para os desenvolvedores.
“Queremos mostrar para os leitores que todo mundo pode ter um livro no bolso. E que ninguém precisa de muito tempo para conseguir ler um livro completo. Basta a leitura fazer parte da rotina e ser algo prazeroso. Para o escritor, são mais de 10.000 novos leitores conhecendo o trabalho dele. Tanto no site quanto no próprio WhatsApp há maneiras de os leitores conhecerem mais sobre o trabalho desse autor e comprar seus livros”, explicou o diretor de criação.
APOSTANDO
Um dos atraídos pela proposta do “Leitura” foi o autor brasiliense Roberto Klotz, que fez do seu terceiro livro, “Quase Pisei!”, o primeiro lançamento da plataforma digital.
“É senso comum que a publicação do livro é a realização para o escritor. Entretanto, mesmo os escritores novatos logo percebem que o trabalho não terminou com a edição. São precisos distribuição, marketing e vendas ou um enorme espaço sob a cama para estocar as caixas de livros. Então a possibilidade de conseguir divulgação levou a apostar no projeto”, contou.
Segundo o autor, o livro já existia antes do projeto, mas a recepção no “Leitura” deixou boas impressões. “As vendas na noite de lançamento superaram as expectativas graças à grande divulgação – e, apesar de não ter bancado a edição, vendi o suficiente que a bancaria. O lançamento no Whatsapp me surpreende pelo retorno na quantidade de elogios e mensagens”, relembrou Roberto.
FUTURO
Com as expectativas de todos os envolvidos no projeto superadas, Mateus contempla a integração de conteúdo audiovisual no “Leitura” no futuro, no entanto, diz que sua agência está focando no principal diferencial do projeto, o texto.
“Estamos convidando novos escritores para participarem do projeto. Tem muito escritor interessado desde o início. Temos alguns nomes de peso na nossa lista também, mas ainda não podemos revelar. Já temos muitos planos para o Leitura de Bolso, mas depende das parcerias que vamos fazer”, declarou o diretor de criação.
Se depender de entusiastas como Roberto, Mateus não terá muito trabalho em trazer novas vozes ao time
“Imaginávamos a inscrição de 150, 200 ou até 300 leitores. O número cresceu. Foi necessário incluir o DDI além do DDD na inscrição. Já passam de dez mil. É surpreendente! É gratificante saber, pelos e-mails recebidos, quantos se identificam com as crônicas. É estimulante conhecer novos escritores que ousaram escrever a partir da leitura dos meus textos. É recompensador descobrir um educador do interior da Bahia lendo diariamente as crônicas para os alunos. Por todos esses motivos, terei orgulho em lançar novos escritos pela plataforma”, concluiu o escritor.
O desafio do digital
Segundo Roberto Klotz, o maior desafio que o meio digital propõe ao escritor é conquistar o leitor acostumado com textos curtíssimos. “Os textos precisam ser um mix de conto e crônica. Devem ter linguagem acessível e as questões levantadas devem evitar divisão dos leitores em contra ou a favor”, explicou o autor.
Levando isso em conta, ele acredita que os gêneros textuais contidos em “Quase Pisei!”, em especial a crônica, o tornavam adequado ao proposta do “Leitura de Bolso”.
“Os usuários do meio digital procuram novidades e que o desfrute seja instantâneo. A novidade é o gênero crônica cujo suporte normalmente é o jornal e Quase pisei! é um livro de crônicas. O desfrute do conteúdo está no credenciamento: cinco textos premiados em concursos literários e o livro selecionado para publicação pela Secretaria de Cultura do DF”, pontuou.

Roberto também destacou que a busca presente na crônica em conversar com o leitor também ajuda. “Foge do clichê e das ideias batidas, como o cidadão que reclama dos políticos corruptos, do filho que declara o amor incondicional à mãe ou do leitor que fala mal da literatura de Paulo Coelho sem ter lido um único livro. Além de tudo são curtas e costumam levar bom humor”, resumiu.

SEBRAE cria aplicativo para acessar biblioteca digital via celular

Fonte: UOL. Data: 25/12/2015.
O Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) lançou um aplicativo para celular que reúne cerca de 4.000 cartilhas, guias e publicações digitais sobre empreendedorismo.
O aplicativo chama-se Biblioteca Interativa do Sebrae (BIS) e já está disponível para download no Google Play, para smartphones com sistema Android. A versão para o sistema iOS, da Apple, deve ser lançada no primeiro semestre de 2016, segundo o Sebrae.
 O acervo reúne documentos publicados pelo sistema Sebrae e parceiros desde 2008, com materiais sobre gestão, inovação, desenvolvimento sustentável e serviços financeiros, entre outros. É possível fazer busca por temas específicos e salvar publicações em uma pasta de favoritos.

O conteúdo também está disponível pelo computador, pelo site: http://www.bis.sebrae.com.br/bis/

Novo número: Informação e Informação

A revista Informação & Informação acaba de publicar seu último número de 2015, disponível em http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/informacao.

Sumário
Editorial
A informação em múltiplas perspectivas (01 - 04).             Brígida Maria Nogueira Cervantes.
Artigos
·         Do físico ao virtual: relações interpessoais que geram redes sociais dos alunos de um curso de graduação (05 - 38). Roberto Vilmar Satur, Bruno de Araújo Ribeiro, Janecely Silveira de Lima, Guilherme Ataíde Dias.
·         Studying web usability with people with Learning Disabilities: what the literature tells us (39 - 76). Peter Edward Williams.
·         Análise bibliométrica da produção científica sobre Linked Data (77 -112). Leandro Dal Pizzol Rafeael de Moura Speroni, Airton Zancanaro, Fernando Ostuni Gauthier, José Leomar Todesco.
·         Disclosure e transparência no setor público: uma análise da convergência dos princípios de governança (113 - 146). Luzia Zorzal, Georgete Medleg Rodrigues.
·         Ministério da Saúde no Facebook: um estudo de caso da política de informação (147 - 174). Flávia Moraes Moreira,       Marta Macedo Kerr Pinheiro.
·         Legibilidade da legislação previdenciária no contexto da lei de acesso à informação (175 - 202). Andréia Gonçalves Silva, Marilda Lopes Ginez de Lara.
·         Fluxos de informação na perspectiva organizacional (203 - 228). Danielly Oliveira Inomata, Wánderson Cássio Oliveira Araújo, Gregório Varvakis.
·         A relação entre informação, cultura organizacional e tomada de decisão em uma organização (229 - 247). Paulo Danelon Lopes, Valmira Perucchi.
·         Prospecção de cenários e monitoramento informacional como ferramentas de inteligência competitiva para o planejamento de políticas públicas no estado de Goiás (248 - 273). Arielle Lopes de Almeida, João de Melo Maricato.
·         Uso de Técnicas de Mineração de Dados para a Identificação Automática de Beneficiários Propensos ao Diabetes Mellitus Tipo 2 (274 - 296). Deborah Ribeiro Carvalho, Marcelo Rosano Dallagassa, Sandra Honorato da Silva.
·         Criação e compartilhamento de conhecimento: perfis profissionais para o futuro da indústria paranaense (297 - 326). Karoline Aparecida Scroch Sato, Helena de Fátima Nunes Silva, Isabela Drago, Sônia Maria Breda.
·         Necessidades de informação e competência em informação de produtores de aves integrados da agroindústria Sadia S.A. do oeste de Santa Catarina (327 - 355). Delsi Fries Davok, Letícia Lazzari.
·         A leitura profissional do catalogador e seu papel como mediadora da informação (356 - 376). Franciele Marques Redigolo, Mariângela Spotti Lopes Fujita.
·         Livro eletrônico e sua utilização por alunos de graduação de uma universidade federal (377 - 409). Adriana Bogliolo Sirihal Duarte, Aline de Queiroz Lopes.
·         Critérios para avaliação de bibliotecas na educação superior a distância (410 - 432). Mara Helena Forny Mattos Filha, Regina de Barros Cianconi.
·         Registros laborais nas bibliotecas universitárias federais: ética, política e acesso a informação (433 - 456). Ana Carolina de Souza Caetano, Geni Chaves Fernandes.
·         Biblioteca Eletrônica da Embrapa Cerrados: estudo de usuário (457 - 486). Maria Elisabeth Salviati, Daniela Henrique de Oliveira Duarte.
·         Formar leitores na escola: o projeto pedagógico, a biblioteca escolar e a mediação (487 - 506). Rovilson José da Silva
Relatos de Experiência
·         Registro do patrimônio histórico rural a partir da história oral (507 -528). Luzia Sigoli Fernandes Costa, Luciana de Souza Gracioso
Pontos de Vista

·         Gestão de teses e dissertações eletrônicas no Brasil: sobre bibliotecas digitais de teses e dissertações e repositórios institucionais (529 -543). Fernando César Lima Leite, Tainá Batista de Assis, Bianca Amaro de Melo.

27 de dez. de 2015

A revista Datagramazero deixa de circular

Editorial

ESTE É O ÚLTIMO REVISTA DATAGRAMAZERO QUE IRÁ CIRCULAR.

Razoes técnicas de saúde e políticas fazem tomar esta decisão que foi muito pensada. O Datagramazero completaria em março de 2016 dezessete anos de circulação. Ha cerca de quinze anos a Revista é feita sempre integralmente por mim, desde o recebimento dos artigos até a disponibilização no provedor para acesso aos leitores. Não tenho mais condições de executar e operacionalizar este serviço. Não é uma questão financeira é uma condição física e intelectual que o imponderável trouxe para mim.

Tive oferta de ajuda de diversas pessoas e instituições; menos do instituto nacional que trata de informação no Brasil. Mas da maneira como é o Datagramazero, com outro editor a Revista não seria mais o meu Datagramazero; nome que me pertence e está registrada no órgão próprio de marcas e patentes. Assim lançar outra Revista com este nome, sem minha autorização seria ilegal.
Os arquivos de todas todos os números da Revista estão na própria revista e no site http://www.dgz.org.br .
Agradeço de coração ao meu corpo editorial, o mesmo durante todos estes anos. Agradeço a meus autores publicados que permitiram que a Revista fosse o que ela é hoje. A Revista poderá voltar a circular editada por mim em uma IES do norte do Brasil ao qual estou vinculado.

Peço desculpa ao leitorado da Revista e peço perdão aos autores que enviaram artigos e que não serão publicados na Revista. Peço que entendam que existem dois destinos: o que queremos e planejamos e aquele que a vida nos traz. Eles nos levam a caminhos diferentes e se  esbarrarão reciprocamente um dia.
Aldo Barreto
dezembro de 2015
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Nota do blog
Esta é uma notícia triste. A revista Datagramazero foi uma publicação que contribuiu para o progresso da nossa área e, certamente, fará muita falta.
Ao Aldo os agradecimentos pelo muito que fez em prol da Ciência da Informação.
Murilo Cunha/Editor

26 de dez. de 2015

Biblioteca itinerante leva lazer aos pacientes

Autoria: Lenilce Pontini
Fonte: Folha Vitória. Data:
URL: www.folhavitoria.com.br/geral/noticia/2015/12/biblioteca-itinerante-leva-informacao-e-lazer-aos-pacientes-da-santa-casa-de-castelo.html
Cerca de 60 livros, de diferentes gêneros literários, estão disponíveis na Santa Casa.
Cerca de 60 livros, de diferentes gêneros literários, vão ficar à disposição dos funcionários e pacientes da Santa Casa de Castelo durante um período de seis meses. 

É o Projeto “Biblioteca Itinerante” que tem como objetivo levar informação e lazer através da leitura, para pessoas que por algum motivo não podem ter acesso à biblioteca. A biblioteca funciona desde a manhã da última segunda-feira (21). (...)

Muitas editoras mudaram de mãos em 2015

Autoria: Leonardo Neto.
Fonte: PublishNews. Data: 21/12/2015.
URL: www.blogdogaleno.com.br/2015/12/23/muitas-editoras-mudaram-de-maos-em-2015
É chover no molhado dizer que 2015 foi um ano difícil para quem trabalha com livros, mas foi também um ano cheio de movimentações importantes no mercado editorial brasileiro. O ano começou com uma boa notícia para a Companhia das Letras, que, em janeiro, atravessou o Atlântico e aportou em Portugal, tornando-se lá na Terrinha um selo da Penguin Random House. Foi a Companhia, aliás, que encabeçou um movimento forte de consolidação do mercado brasileiro em 2015. Em abril, foi concluída a integração com a Objetiva e foi formado o Grupo Companhia das Letras, com 19 selos e a promessa de lançar 45 por mês. Na tarde da última terça-feira (21), a empresa comandada por Luiz Schwarcz anunciou que perpetuará alguns títulos deixados pela Cosac Naify. Antes disso, em fevereiro, a família Civita até então controladora da Abril Educação, vendeu a empresa ao grupo de investimentos Thunnus Participações, sociedade controlada por fundos sob gestão da Tarpon Gestora de Recursos. Essa investida engatilhou uma série de ações que culminaria, em junho, com a compra dos ativos editoriais da Saraiva pela Abril Educação, que passou a se chamar Somos Educação. Outro grupo que se fortaleceu com esse movimento de consolidação do mercado editorial brasileiro foi o GEN, que comprou parte do catálogo nos segmentos de concursos, idiomas e jurídicos que faziam parte da Elsevier. Foi em agosto que a HarperCollins, associada ao Grupo Ediouro, fincou os dois pés no País e criou aqui a HarperCollins Brasil, somando o catálogo comercial da Ediouro, os títulos da Harlequin e da Thomas Nelson Brasil, além da possibilidade de publicar por aqui os títulos globais da editora.
Nenhuma dessas notícias, no entanto, ganhou tanta repercussão quanto o anúncio do fim da Cosac Naify feito por Charles Cosac, um dos sócios da empresa, em dezembro. Aliás, 2015, foi pautado muito pelas palavras “fim” e “cancelamento”. Um dos cancelamentos mais sentidos e lamentados foi o da Jornada Nacional de Literatura de Passo Fundo em maio. Logo depois, ainda no calor da suspensão da Jornada, apareceram os primeiros sinais do cancelamento do prêmio Portugal Telecom. De fato, ele foi descontinuado em 2015, mas sua curadora Selma Caetano, em parceria com o Itaú Cultural, reanimou o prêmio, que voltou com novo nome. O fim da tradicional Livraria Leonardo Da Vinci também causou comoção em 2015.

As compras governamentais, que em 2014 já tinham encolhido, andaram na corda bamba durante todo o ano de 2015. Rumores do cancelamento do Programa Nacional Biblioteca na Escola (PNBE) fizeram as entidades do livro assinarem um manifesto durante a Flip. Não foi suficiente. O PNBE, que em 2014 comprou 19.394.015 exemplares, totalizando investimento de R$ 92.362.863,86, realmente naufragou nesse ano de 2015, deixando na mão muitos editores que contavam com esse reforço no seu faturamento. A suspensão do PNBE não foi a única baixa governamental do ano. Em junho, o governo paulista anunciou que o seu programa Leituras na Escola estava suspenso em nome da crise financeira e ajustes nas contas do governo. Em agosto, no entanto, o governo federal anunciou a compra de 9,9 milhões de exemplares para o PNLD 2016 Campo, um volume recorde dentro do programa destinado à escolas rurais espalhadas pelo Brasil. A notícia que parecia boa logo se tornou um pesadelo para editores que tinham negociado a venda com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). É que os atrasos nos pagamentos deixaram muitas editoras de cabelo em pé. De acordo com a Associação Brasileira dos Editores de Livros Escolares (Abrelivros), o atraso chegou a R$ 468 milhões em novembro. “Estamos muito preocupados, todo o fôlego que a indústria tinha acabou. A pressão em cima do setor é inimaginável”, declarou Mario Ghio, vice-presidente da entidade na época.

27 presos foram beneficiados pela leitura

Fonte: G1. Data: 18/12/2015.
Vinte e sete detentos do Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) de Juiz de Fora já foram beneficiados com o projeto de remição de pena pela leitura, adotado há pouco mais de um mês no presídio. A cada livro lido, o detento reduz em quatro dias sua pena total. Após a leitura, eles passam por uma prova escrita e precisam ter um aproveitamento de, pelo menos, 60%. Depois, fazem uma apresentação, que é avaliada por professores.
Inicialmente, foram utilizados dois livros: “A Última Pedra”, do Bispo Rogério Formigoni e “Kairós”, do Padre Marcelo Rossi. O projeto é autorizado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) desde 2013.
O juiz da Vara de Execuções Criminais de Juiz de Fora, Daniel Reche da Motta, explicou que o projeto, autorizado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) desde 2013, levou a criação de uma campanha entre os servidores do Fórum da cidade para a compra de mais livros para que vários presidiários pudessem ler ao mesmo tempo. “Quando tive notícias de que outras comarcas no Brasil aderiram à recomendação do CNJ, isso veio de encontro às minhas convicções sobre a força da leitura na transformação do ser humano”, contou.
A pedagoga do Ceresp, Daniela Lopes Ferreira, chamou atenção para a formação de novos leitores pelo incentivo da remição de pena. “Todos têm levado a sério a leitura e já podemos notar o desejo por novos livros”, disse.

Um deles é o jovem Rock José de Paiva Souza, de 27 anos. Preso por tráfico de drogas, ele não tinha o hábito de ler e o programa o ajudou a encontrar uma nova fonte de conhecimento e reflexão. “A Última Pedra me fez pensar sobre a minha responsabilidade sobre os dependentes de drogas e os resultados devastadores que o vício traz para a vida de famílias inteiras”, afirmou.

Italiano é finalista para a Biblioteca Presidencial Obama

Fonte: ANSA. Data: 23/12/2015.
Autoria: Alessandra Baldini.
O arquiteto italiano Renzo Piano está entre os sete finalistas do concurso que elegerá um projeto para a Biblioteca Presidencial de Barack Obama, que estará localizada na região de South Side, em Chicago.
Se o genovês, dono de um prêmio Pritzker (considerado o Oscar da arquitetura), tiver o seu projeto escolhido, ele poderá ser o primeiro não norte-americano a ficar responsável por uma biblioteca presidencial. Isso também pode acontecer se o tanzaniano David Adjaye vencer.
Entre os outros finalistas, quatro deles são de estúdios de Nova York - Diller Scofidio + Renfro, Tod Williams Billie Tsien Architects, SHoP Architects e Snohetta - e apenas um de Chicago - John Ronan Architects LLC. Os sete foram escolhidos de um total de 140 arquitetos de 25 países, destes, mais de 100 eram dos Estados Unidos.
Piano, que já trabalhou em Chicago projetando a ala moderna do Instituto de Arte da cidade, tem alguns de seus maiores trabalhos em Nova York, como o edifício do jornal "The New York Times" e o Whitney Museum of American Art.
Fãs de projetos mais modernos, adequados aos gostos do presidente norte-americano e da primeira-dama do país, Barack e Michelle Obama, os candidatos lidarão com arquitetura contrária a que Robert A. M. Stern introduziu na biblioteca do ex-mandatário George W. Bush no Texas.

Todos os concorrentes deverão apresentar seus trabalhos conceituais à Casa Branca até a primavera de 2016 (de março a maio), enquanto a resposta do casal presidencial deve acontecer no verão (junho a agosto). A construção do prédio deve começar em 2017 e a sua inauguração está marcada para 2020. (ANSA) 

Ceará: biblioteca pública se aproxima do público

Fonte: Governo do Estado do Ceará. Data: 23/12/2015.
URL: www.ceara.gov.br/sala-de-imprensa/noticias/15178-retrospectiva-2015-biblioteca-publica-espaco-estacao-se-aproximou-do-publico-com-programacao-acessivel-e-multiplas-linguagens
Um espaço para a leitura do mundo, que congrega não só o universo fantástico dos livros, mas reúne exposições, apresentações artísticas, cinema, oficinas, jogos, entre outras atividades, ações e serviços. Esse é o conceito de um dos equipamentos da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult) que se destacaram ao longo de 2015: a Biblioteca Pública Espaço Estação. Inaugurada em 23 de abril de 2015, como um novo espaço para disponibilizar grande parte do acervo da Biblioteca Pública do Estado, que atendendo a uma demanda da comunidade atualmente passa por reforma, a Biblioteca Pública Espaço Estação atraiu os mais diversos públicos com uma programação gratuita envolvendo múltiplas linguagens artísticas.
Localizada em um dos antigos galpões da RFFSA (Rua 24 de maio, nº 60), no Centro, ao lado da Praça da Estação, a Biblioteca Pública Espaço Estação tem se destacado pelo seu perfil diferencial de ações, em seus oito meses de funcionamento. A Biblioteca tem realizado um conjunto de ações em prol de uma movimentação cultural ainda maior na área central de Fortaleza. E o retorno dado pela população é muito positivo, com ampla participação nas atividades mensais ofertadas, conforme destaca a coordenadora de Políticas do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas da Secult, Mileide Flores. "Tivemos uma fantástica resposta do público. Isso para mim diz que naquela região da cidade as pessoas tinham necessidade de ter acesso a uma biblioteca", ressalta.
Uma novidade importante no Espaço Estação é a programação artística permanente, envolvendo diversas linguagens. As atividades vão desde apresentações musicais, de teatro e de dança, até oficinas e ações que acorrem na Praça da Estação, com as pessoas que trabalham e moram no entorno sendo convidadas a participar. "Não podemos trabalhar apenas como uma leitura de texto. Compartilhamos todas as áreas do conhecimento, dentro da biblioteca", explica Mileide Flores.
Os números confirmam os bons resultados. Entre maio de novembro deste ano, foram atendidas mais de 9 mil pessoas no Espaço Estação. Entre seus setores, o mais procurado é o Centro Digital do Ceará (CDC), que dispõe de dez computadores com acesso à Internet para pesquisas e trabalhos. A diretora da Biblioteca Pública do Estado, Enide Vidal, avalia que a busca por esse serviço tende a aumentar e que a Biblioteca tem buscado usuários em potencial para utilizar os serviços".
Temos trabalhado para atrair mais usuários, levando nossa equipe até as comunidades próximas como o Arraial Moura Brasil e o Poço da Draga", ressalta Enide Vidal. "Uma coisa importante que tivemos neste ano foi a saída das bibliotecárias para fazer a 'panfletagem' com cartazes nas paradas de ônibus, nos sinais, levando mensagens como 'Visite sua biblioteca, ela está aberta, ela é para você'. Quer dizer, tivemos momentos de convocar a população", acrescenta Mileide Flores.
"Livro no Tamarindeiro"
O "Livro no Tamarindeiro" é uma das atividades de estimulo à leitura oferecidas aos sábados, na Praça da Estação. As pessoas apreciam um espaço convidativo, em que os livros estão disponíveis dependurados debaixo da copa de uma árvore central. A ideia criativa faz com que principalmente as crianças se aproximem para ler e desfrutar contação de histórias debaixo do tamarindeiro.
O momento tem sido destaque na programação da Biblioteca. "De repente você vê os meninos desgarrando das mães para poder ver. As crianças ficam lá e os pais acabam ficando e gostando também", comenta Mileide Flores, enfatizando que a paciência da espera dos pais comprova que a atividade está conquistando seu objetivo. "Vemos que há um prazer de ter um espaço como este e de dar essa oportunidade para o filho, por parte dos pais. Você não os vê puxando a mão das crianças para ir embora, e sim com prazer em ficar", acrescenta.
No momento em que a Biblioteca vai à praça, ela também está mais perto das pessoas, aponta a coordenadora. "Naquele espaço da Biblioteca tivemos um novo perfil de público, importante para a política cultural. Os motoristas de ônibus, os guardas municipais, os vigias têm frequentado bastante a Biblioteca. Todos os dias vemos essa movimentação".
Biblioteca como espaço de convivência
A Biblioteca tem se tornado, cada vez mais, um espaço de convivência entre o público que trabalha no centro e entre as comunidades próximas. "Uma senhora que vende café com tapioca lá na praça (em frente ao equipamento) deixava os dois filhos dentro da Biblioteca, enquanto ia trabalhar. A Biblioteca se tornou um espaço de convivência, um espaço quase como colônia de férias. Tem um avô do mesmo jeito, que leva o neto lá e as bibliotecárias acompanham. Os meninos ficam no espaço infantil durante o dia", conta Mileide.
Segundo ela, este é um sinal de que o Espaço Estação, apesar de instalado há pouco tempo, já é conhecido e protegido pela população. "Há um respeito da própria comunidade com aquele espaço. É como se fosse um templo para eles. Muitos dos pais que passam podem ser analfabetos, mas os filhos não são mais. Então, eles respeitam como um caminho de crescimento do seu filho e isso a gente tem escutado de alguns pais de adolescentes e crianças", complementa.
Acessibilidade com a leitura compartilhada
Outra atividade de destaque do Espaço Estação neste ano foi a leitura compartilhada de uma das obras literárias cearenses mais conhecidas no mundo: “Iracema”, de José de Alencar. Em alusão ao Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência, em setembro, o equipamento cultural lançou uma atividade inédita, em que 20 estudantes da escola estadual Maria Amélia Perdigão Sampaio, do município de Palmácia, leram simultaneamente a obra no formato original do livro impresso em tinta, que também teve sua transcrição para braille e para Língua Brasileira de Sinais (Libras).
Outra conquista foi a chegada à Biblioteca, neste mês de dezembro, de um grande clássico da literatura cearense em braile. O romance “O Quinze”, da escritora Rachel de Queiroz, em três volumes, é a 77ª edição de "O Quinze", da Editora José Olympio, enviada à Biblioteca Pública Espaço Estação pela Fundação Dorina Nowill para Cegos, sediada em São Paulo. Os livros se somam ao acervo braile da Biblioteca Pública, que conta com mais de 1.500 títulos, entre literatura, livros didáticos e jurídicos.
Planos para 2016
Enquanto a reforma geral da Biblioteca Pública ao lado do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura é concluída, o Espaço Estação continuará a oferecer uma extensa programação mensal. O equipamento será palco também de um seminário para se pensar o conceito da nova política cultural para a Biblioteca.

"Queremos chamar a comunidade, não só os frequentadores, como as universidades, associações de biblioteconomia, os escritores, e toda a cadeia do livro que queira nos ajudar a pensar a biblioteca, quando voltarmos para o equipamento reformado. A gente quer estar com uma programação intensa, porque a biblioteca faz 150 anos em 25 de março de 2017", assegura Mileide Flores.

24 de dez. de 2015

Feliz Natal a todos os nossos leitores


Novo número: Perspectivas em Gestão e Conhecimento

A revista Perspectivas em Gestão & Conhecimento acaba de publicar o seu último número [v. 5, n. 2, 2015] em: http://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/pgc/issue/view/1443/showToc.

Sumário
Editorial
OS 60 ANOS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (1-3). Jorge de Oliveira Gomes, Luciana Ferreira da Costa.
Artigos de Revisão
GESTÃO DO CONHECIMENTO NAS ORGANIZAÇÕES: O LEGADO DE NONAKA E TAKEUCHI (4-13). Henrique Guilherme Scatolin.
UM ESTUDO TEÓRICO DAS CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS QUE INFLUENCIAM A GESTÃO DO CONHECIMENTO NAS ORGANIZAÇÕES (14-34). Rodrigo Valio Dominguez Gonzalez, Manoel Fernando Martins.
MEMÓRIA SOBRE A QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO (QVT): UMA PERSPECTIVA CRÍTICA (35-48). André Felipe de Albuquerque Fell, Daniel Felipe Victor Martins.
ABORDAGEM COGNITIVA PARA GESTÃO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO NAS ORGANIZAÇÕES (49-68). Aida Varela Varela, Marilene Lobo Abreu Barbosa, Maria Giovanna Guedes Farias.
ISOMORFISMO, EFICIÊNCIA SIMBÓLICA E LEGITIMIDADE SOCIAL NA
INSTITUCIONALIZAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE SOCIOAMBIENTAL NAS ORGANIZAÇÕES CONTEMPORÂNEAS (69-82). Giovanna Garrido, Patrícia Saltorato.
Relatos de Pesquisa
CAPITAL INTELECTUAL E O ENSINO SUPERIOR: ANÁLISE E PERSPECTIVAS (83-110). Helder Fanha Martins, Ana Cristina Ferreira.
A INTELIGÊNCIA ORGANIZACIONAL COMO INSTRUMENTO DE AUTOAVALIAÇÃO EM INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR (111-126). Paulo Roberto Cerqueira de Oliveira Cobbe, Remis Balaniuk, Edilson Ferneda, Hércules Antonio do Prado.
O COMPARTILHAMENTO DO CONHECIMENTO ENTRE CONTRATANTE E CONTRATADO NO PROCESSO DE EXTERNALIZAÇÃO DE ATIVIDADES DE P&D (127-146). Dusan Schreber.
MEMÓRIA ORGANIZACIONAL COMO FORMA DE PRESERVAÇÃO DO CONHECIMENTO (147-169). Letícia Gorri Molina, Marta Lígia Pomim Valentim.
CONSUMO COLABORATIVO: TENDÊNCIA DE CONSTRUÇÃO DE CONHECIMENTO E NEGÓCIOS NO MERCADO DIGITAL DE PRODUTOS USADOS (170-185). Claudia Resem Paixão, Richard Luiz de Souza Perassi.

A DIMENSÃO TECNOLÓGICA DA GESTÃO DO CONHECIMENTO E A CONTRIBUIÇÃO DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO: UMA ANÁLISE DA PLATAFORMA PODIO (186-200). Narjara Bárbara Xavier Silva, Marckson Roberto Ferreira de Sousa;
O PAPEL DOS PARQUES TECNOLÓGICOS NO ESTÍMULO À CRIAÇÃO DE SPIN-OFFS ACADÊMICAS (201-225). Roberto Leonardo Xavier Collarino, Ana Lúcia Vitale Torkomian.
ESTRATÉGIAS ADOTADAS NA IMPLANTAÇÃO DO ENSINO À DISTÂNCIA POR UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR PRIVADA: UM ESTUDO DE CASO (226-239). Neiva Feuser Capponi, Denis Dall Asta.
Relatos de Experiência
O PROCESSO DE ELABORAÇÃO DO PLANO DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL (PDI): UM ESTUDO DE CASO (240-253). Eleanara Pereira Guedes, Flávia Luciane Scherer.

David Naggar fala sobre o futuro da leitura

Autoria: Filipe Vilicic.
Fonte: Veja. Data: 05/12/2015.
O americano David Naggar é um dos protagonistas da revolução que atinge a indústria editorial e os hábitos de leitura. Sua ligação com o mercado de livros vem do berço - sua mãe, Jean, é escritora e agente de renome. Logo após se formar em marketing ele já passou a trabalhar em grandes editoras, como na nova-iorquina Random House. Em 2009, foi para a Amazon, onde ainda está, como vice-presidente de conteúdo do Kindle. Na nova casa, impulsiona a digitalização de livros, quadrinhos, revistas, tudo que se lê.
Sob seu comando, a empresa deixou de publicar e-books apenas em seu e-reader e passou a disponibilizar o catálogo em aplicativos para computadores, smartphones e tablets de concorrentes. Ele também investe na produção de "indies", os autores que se autopublicam, sem o intermédio de editoras, pela internet. Esta, inclusive, é hoje uma das especialidades da Amazon, dona da plataforma KDP, por onde os escritores podem disponibilizar, gratuitamente, seus livros no Kindle. Daí nasceram best-sellers como 50 Tons de Cinza e Perdido em Marte.
Em visita ao Brasil, Naggar concedeu a seguinte entrevista ao site de VEJA. Nela, prevê como será o futuro da leitura e crava que não se trata do fim das tradicionais casas de publicação, mas, sim, de uma reconfiguração completa do mercado.
Como a digitalização de livros, revistas, tudo que se lê, transformou os hábitos de leitura?
De repente, passamos a ter em um único dispositivo, como o Kindle, ou tablets e smartphones, o acesso a milhões de títulos, possíveis de serem lidos depois de 60 segundos, o tempo que se leva para baixá-los. Esse imediatismo, o acesso quase instantâneo, democratizou a leitura como nunca antes ocorreu na história. Por exemplo, antes era muito difícil ter acesso a algumas obras estrangeiras, como as estritamente em inglês ou alemão, em países como o Brasil. Era preciso esperar anos pela tradução, ou meses para que uma encomenda chegasse com o livro. Agora, consegue-se o título em segundos. Além da facilidade do acesso, trata-se de uma revolução que também afeta diretamente a forma como lemos. É possível, por exemplo, ler em um smartphone enquanto se espera na fila do banco ou do dentista. Sem ter de lembrar de carregar um montante pesado de papel com si. Mais que isso, toda sua biblioteca poderá estar disponível em sua mão, no aplicativo do celular. Essa é uma transformação essencial, que adapta a leitura profunda, mesmo de livros complexos, ao mundo contemporâneo. Há vinte anos, um indivíduo ia a uma livraria com o único intuito de comprar livros. Não havia nada mais competindo por sua atenção. Hoje, ao ligar o smartphone, o tablet, o computador, escolhe-se se quer gastar tempo checando o Facebook, vendo um vídeo no YouTube, jogando Angry Birds ou lendo. A literatura passou a competir com um universo imenso de opções baratas, quando não gratuitas, de entretenimento. Para o livro ter chance de vencer nessa disputa por tempo e atenção, é necessário estar onde o leitor está. Ou seja, oferecer a ele, também, a opção de ler, de forma barata e prática, no mesmo dispositivo a que recorre continuamente para outras atividades.
Trata-se de uma mudança que afeta apenas o leitor, ou também a forma como escrevemos?

Pense no KDP, da Amazon (o sistema de autopublicação da marca, na qual escritores disponibilizam livros online sem intermédio de editoras). Desde que nasci vivo no mundo da escrita, já que minha mãe é agente literária. Antes de vir para a Amazon, fui alto-executivo em editoras tradicionais. Como sempre funcionava a lógica de publicar um livro? Quase todo mundo tem a ideia de escrever algo. Porém, poucos são aqueles que conseguem um agente para ajudar a publicá-lo. Digamos que seja 5% do total. Desses, uma porcentagem ainda menor convence uma editora a trabalhar com sua obra. Ou seja, era um negócio para poucos. Com a internet, e inovações como o KDP, os intermediários podem ser eliminados. Se uma editora não dá atenção ao que alguém escreveu, o autor pode simplesmente colocar a obra online, e disputar de igual para igual com best-sellers na Amazon.com. Isso muda a lógica do mercado literário. Sabia que J.K. Rowling, autora de Harry Potter, foi rejeitada trinta vezes antes de uma editora, pequena, aceitá-la? E se ela tivesse desistido no vigésimo "não"? Deixaríamos de ter as histórias de Harry Potter. Quantos não abdicam de seus projetos frente à rejeição? Com o mundo online, foram abertas novas alternativas. Best-sellers como 50 Tons de Cinza e Perdido em Marte surgiram nesse novo modelo, via KDP. Hoje, 30% dos e-books mais vendidos da Amazon são de "indies" (termo para "independentes", os autores que se autopublicam). Pessoas que provavelmente nunca teriam espaço na velha forma de publicação ficaram ricas utilizando as possibilidades contemporâneas.
É o fim das editoras tradicionais?
De forma alguma. As editoras têm um papel insubstituível e realizam um trabalho incrível junto aos autores. Entretanto, elas precisam, sim, se adaptar ao mundo moderno. Passou-se a ter mais alternativas a leitores e escritores. Logo, a concorrência é maior. São vários os efeitos disso. Por exemplo, no Brasil, historicamente, livros são muito caros. Hoje, essa estratégia não funciona mais. Há opções baratíssimas de entretenimento na internet, inclusive de leitura. Por isso, editoras brasileiras têm se visto compelidas a baixar preços. Valem, como sempre foi, as leis econômicas. Porém, repito, não é o fim para elas. O que ocorreu, em uma analogia, é que antes só tinha um restaurante na cidade, com 50 clientes. Com a digitalização, passaram a ser 1 000, com milhares de clientes. No caso, "restaurantes" são plataformas de publicação. Os "clientes" são os autores e leitores. O efeito, que sentimos agora, é que a indústria literária nunca esteve tão saudável quanto hoje.
Se os benefícios são para todos, por que algumas editoras, como a francesa Hachette, além de autores best-sellers, se queixam do modelo proposto pela Amazon?
Principalmente da estratégia de baixar preços radicalmente de e-books, em comparação com o valor de versões físicas. A resposta da Amazon a essas queixas é "olhem para o futuro". Caso queiram competir para valer com tudo a que hoje o leitor tem acesso, a exemplo do Facebook, é preciso ser mais acessível. Isso inclui vender livros mais baratos, algo possível de se fazer, com bom lucro, no mundo online. Caso não baixe o preço, o leitor dedicará seu tempo a outra coisa.
Em resposta à chegada da Amazon nessa indústria, algumas editoras adotaram práticas como a publicação atrasada de títulos de e-books, em comparação com suas edições físicas. Essas estratégias realmente aumentam as vendas?
De forma alguma. Tanto que nenhuma grande casa de publicação manteve essa prática nos últimos anos, apesar de termos ciência de que algumas editoras brasileiras pensam em fazer isso. A questão é que, com esse método, a mensagem que se passa para o leitor é: "você precisa adaptar seus hábitos de leitura ao que queremos". Acha, mesmo, que alguém, como um adolescente, acostumado a smartphones e tablets, irá transformar seu cotidiano para comprar um livro na livraria só porque não tem a opção online? Nossas estatísticas comprovam que isso não ocorre. Se não há a opção digital, o leitor que gosta deste formato toma uma de duas atitudes. Ou ele arranja uma versão pirateada na internet - e, garanto, há muitos sites que disponibilizam isso -, ou escolhe outra coisa para ler. Aí, ocorre um outro problema na estratégia. A editora vai lá e gasta um monte com marketing no lançamento de um título. Porém, só o disponibiliza em livrarias. Depois, quando finalmente decide ter uma versão digital, não há mais dinheiro para dar gás na divulgação. Ou seja, aquele cliente que não queria comprar a edição física, e optou por gastar seu tempo com outra atividade, nem fica sabendo quando o que queria ler chega à internet. Em resumo, a editora só perderá vendas com tal tática.
No Brasil, e-books representam cerca de 5% do mercado de livros. Por que aqui essa tal revolução da leitura não está ocorrendo tão rápido?
Não acredito nisso. Para começar, esse número, de 5%, não é bem interpretado. E-books não têm muito sucesso, por exemplo, no ramo educacional. Tenho certeza que se as porcentagens forem fatiadas, e se considerar somente literatura regular, haverá um aumento substancial de nossa penetração. Mais que isso, na conta não se consideram os "indies". É outro fator que alteraria o cenário. Valeria acrescentar ainda as obras em língua estrangeira, muitas vezes disponíveis apenas pelo online. Por fim, de qualquer forma, a nossa representatividade no mercado tem aumentado 40% ao ano. Isso é surpreendente, principalmente quando se leva em conta a quão antiga e estabelecida é a indústria literária.
Há muitos críticos da leitura digital, como o escritor e pesquisador americano Nicholas Carr, para quem e-books e similares podem destruir o hábito de imergir em uma obra por horas. O senhor acredita que tablets e smartphones têm, mesmo, privilegiado apenas leituras rápidas e superficiais?
De forma alguma, pois as pessoas se adaptam. Quando se olha a nova geração, é notável como está se acostumando a ler em telas menores. Porém, ainda em leituras profundas, de livros extensos. Acredito, mesmo, que a escolha do que se lê no digital, ou no físico, caberá a cada cliente. Uns irão preferir obras de ficção digitais, e de não-ficção em versões tradicionais. Com outros, será o contrário. Iremos nos adaptar. E a tecnologia também se moldará a nós.
Para alguns, tablets e e-readers podem parecer fadados a perdurar por pouco tempo, frente a novos gadgets que surgem, como os relógios inteligentes ou os óculos computadorizados. O senhor acredita que, no futuro, os hábitos de leitura e escrita vão mudar novamente?
A lógica é, na verdade, simples. Quando a forma como as pessoas acessam conteúdo muda, é preciso também que o conteúdo se transforme. Ou ao menos sua apresentação. Na China, por exemplo, está em voga um novo tipo de literatura, onde escritores diversos se revezam para tecer uma mesma história, que nunca acaba e é divulgada restritamente online. Experiências assim surgem quando aparecem novas plataformas. Sempre será desta forma. Como vai ser no futuro? Não tenho ideia. Mas essa lógica não mudará.

O bisbilhoteiro de bibliotecas

Alberto Villas
O primeiro livro que comprei na vida, nunca me esqueci. Era menino ainda quando entrei na Livraria Amadeu, na rua Tamoios, no centro de Belo Horizonte e sai de lá com aquele livrinho de 148 páginas, embrulhado num papel que parecia papel de pão. Voo Noturno, de Antoine de Saint-Exupéry, publicado pela Difusão Europeia do Livro, tinha uma capa azul e branca, meio modernista. Uma joia que despertou a minha atenção porque sonhava em ser aviador, antes de sonhar em ser piloto de Fórmula 1, logo eu que, tantos anos depois, sequer sei ligar um automóvel.
Com muito capricho, escrevi o meu nome na página 7, a do prefácio assinado por André Gide, e registrei: Livro número 001. Tinha certeza que, na minha vida, compraria muitos e muitos livros, uns cem. Era o meu sonho ter uma casa forrada de livros por todos os lados.
A minha, naquela época, não tinha muitos. No escritório do meu pai, ele guardava na estante, muitos compêndios técnicos sobre meteorologia, sua profissão, e algumas enciclopédias: O Tesouro da Juventude, o Mundo da Criança, a Delta Larousse e uma, com apenas dois volumes: Como Criar Meninos e Como Criar Meninas.
Um dia perguntei ao meu pai porque ele não comprava a Enciclopédia Britânica, aquela com a lombada gravada em ouro, meu sonho de consumo de menino. Ele disse que era muito cara e eu entendi perfeitamente que criar cinco filhos e ainda comprar uma Enciclopédia Britânica em 30 volumes, não dava mesmo.
Depois de me apaixonar com as aventuras do piloto Fabien do Voo Noturno, parti pro segundo livro, A Filha do Diretor do Circo, que o meu pai tinha, escondido, na sua pequena biblioteca. O livro era meio esquisito porque veio com as páginas coladas e minha mãe teve de abrir, uma a uma com a faca. Nunca mais parei de ler livros.
Jornalista formado, toda casa que ia – e ainda vou – entrevistar pessoas, adoro quando vejo uma estante cheia de livros. Outro dia mesmo fui na casa do Marcelo Dantas e fiquei encantado com a biblioteca que ele tem na cozinha, transbordando de livros de culinária: Nobu, the cookbook, Peru, uma aventura culinária, À mesa com Burle Marx, O livro essencial da cozinha vegetariana, Salted, Wok e muitas outras preciosidades.
Curioso que sou, hoje sempre fotografo com o meu smartphone as bibliotecas dos outros. Adoro ver fotos nos jornais e revistas, em que as pessoas posam na frente de uma estante. Foi assim que descobri um livro meu – O Mundo Acabou – na casa do escritor Moacyr Scliar.
Outro dia, fui ver o filme Que horas elas volta? pela segunda vez, só pra descobrir que livro era aquele que a Jessica se interessou, quando viu a estante do patrão da sua mãe, a Val. Foi prestando muita atenção que tive certeza se tratar de Viva o Povo Brasileiro, do João Ubaldo Ribeiro.
O filme Chico, um Artista Brasileiro, também já vi duas vezes, só pra bisbilhotar a biblioteca do compositor de Vai Passar. O lance é muito rápido mas deu pra ver que Chico tem na casa dele, além do volumoso Dicionário Houaiss, os dois volumes da Mitologia do Kaos, um total de 1.304 páginas que reúne a obra do compositor Jorge Mautner, aquele do Maracatu Atômico, do Samba Japonês e do Me segura que eu vou dar um troço.
Bisbilhotar bibliotecas é bom por isso. Eu nunca poderia imaginar que o filho do Sergio Buarque de Hollanda guardava em casa, escritos de Mautner, como esse:
“Minha missão é a de acordar as pessoas. Pouco a pouco vou virando cada vez mais pregador do que escritor. Na conversa confessional, tudo é diferente e propício! O momento existencial inescapável, as mudanças da face com quem se fala, a respiração, a noite ou o dia que nos envolve”.

Fonte: Carta Capital. Data: 18/12/2015.

Alberto Villas é jornalista e escritor, acaba de lançar o seu sexto livro pela Editora Globo: “A Alma do Negócio”.

22 de dez. de 2015

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Flyerr retangular horizontal do cartão de Boas Festas do Projeto Acessibilidade em Bibliotecas Públicas.
Sobre um fundo azul e alinhados à esquerda estão os seguintes dizeres em branco: "O Projeto Acessibilidade em Bibliotecas Públicas deseja Boas Festas a todos colaboradores, parceiros e comunidade!"
Abaixo há uma citação: "O bom das segundas-feiras, do primeiro de cada mês e do primeiro ano é que nos dão a ilusão de que a vida se renova...Que seria de nós se a folhinha estivesse marcando hoje o dia 713.789 da Era Cristã? Mário Quintana,1987".
Do lado direito, e em destaque, está aplicado o logo do projeto Acessibilidade em Bibliotecas Públicas. Trata-se de um quadro na cor branca. Dentro desta forma geométrica está a letra ‘b’, na cor preta. Sobre ela, como se fosse o sinal de uma potência matemática, está a letra ‘a’ também na cor preta. Esta espécie de equação permite a seguinte leitura: “b elevado a a”
O rodapé da imagem é uma faixa branca. Nela estão os logos da Mais Diferenças; do Plano Nacional do Livro e Leitura; do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas; da Diretoria do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas; do Ministério da Cultura; e por fim, do Governo Federal.
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